Atividade Física / Prática Inteligente


Quando enfocamos o movimento humano como objeto de estudo, não devemos esquecer que, através dos séculos, homens como Aristóteles, Miguel Ângelo e Versálio já se preocupavam em estudar esse aspecto do corpo humano (MITCHELL,1984).

Com o passar do tempo, novas propostas surgem ou são transformadas as já existentes, com o objetivo de cada vez mais se chegar a um aprimoramento. Com isso, novos corpos de conhecimento aparecem, fornecendo subsídios para os que atuam no campo do movimento humano propiciando descobertas e fontes para futuras pesquisas.

Atualmente já não se discute mais a importância do movimento na vida do ser humano através da prática sistemática de uma atividade física, objetivando a manutenção da saúde tanto física quanto mental. As academias encontram-se repletas de alunos sedentos pela prática de uma atividade física que possa colocá-los “em forma” e, de certa forma, desligá-los de seus problemas cotidianos.

A cada dia que passa, o cardápio de atividades apresenta novidades, aumentando o leque de ofertas, todas com o objetivo de conquistar adeptos por meio de estratégias técnicas e motivacionais.

A prática da atividade física deve ser feita de forma inteligente e sistemática. Inteligente porque devemos ter objetivos definidos que possam direcionar as atividades que optaremos por praticar; sistemática porque devemos fazê-la com método e perseverança, buscando resultados que propiciem melhor qualidade de vida.

O próprio senso autocinético do corpo cria em nós a tendência de treinar mais e melhor as capacidades mais bem desenvolvidas, bem como de evitar as que merecem mais atenção e requerem mais cuidados.

Reduzir as limitações e ampliar os potenciais do movimento, são importantes objetivos capazes de manter atualizadas as condições do corpo em suas necessidades, atendendo à diversidade de corpos e minimizando os efeitos das nossas tendências individuais (TODD citado em MARKONDES 2003).

Primeiramente, devemos agir de modo criterioso em nossa escolha, procurando as atividades que se adaptem aos nossos objetivos, às nossas limitações e ao nosso gosto, pois a prática deve ser feita também de forma prazerosa.


Para ser considerado ideal, um programa de treinamento deve ter como base quatro pontos fundamentais:

1 - Trabalho aeróbio: caminhada, corrida, ciclismo etc., objetivando a melhora dos sistemas cardiocirculatório e pulmonar, além de perda de peso.

2 - Trabalho de tonificação muscular: musculação e exercícios localizados, objetivando aumento da massa muscular e maior estabilidade do sistema ósseo.

3 - Trabalho de alongamento: objetivando a obtenção de maior flexibilidade das articulações, elasticidade da musculatura, equilíbrio do tônus entre parte anterior e posterior do corpo (eutonia) e melhora da postura.

4 - Trabalho complementar: prática de esportes, dança, lutas marciais, e atividades afins, objetivando aumento da coordenação motora, aprimoramento dos movimentos, memória motora, noção espaço-tempo etc., aspectos importantíssimos na relação corpo–mente.


O programa ideal deve seguir os parâmetros acima citados, com especial ênfase nos pontos que o indivíduo mais necessita ser trabalhado.
Entre os quatro parâmetros, atualmente a flexibilidade já assume posição de destaque, uma vez que as aulas de alongamento, como se observa nas academias de ginástica, estão sempre cheias, demonstrando a considerável conscientização dos alunos quanto aos benefícios obtidos por um trabalho de flexibilidade e sua importância dentro dos programas de condicionamento físico.