O Movimento Humano e Sua Magnitude


Ao observarmos a movimentação livre, espontânea e descomprometida de uma criança pequena, por mais imatura que seja, podemos notar sua completa entrega, total flexibilidade e expressão natural.

Também é interessante observarmos uma pessoa idosa e percebemos quanto sua movimentação é limitada, pobre e inexpressiva (para nosso conforto, existem as exceções). Sua musculatura e suas articulações respondem com muita dificuldade, deixando transparecer a total desistência da “chama da vida”. O triste resultado disso, como todos nós sabemos, é o total desconhecimento e abandono do próprio corpo, este instrumento maravilhoso.
Ao nascermos, recebemos um corpo saudável, perfeito (se não existir nenhum comprometimento físico ou mental), pronto para ser desenvolvido e explorado, dando-nos a chance de, no mínimo, levarmos uma vida saudável, rica em relação à nossa plena motricidade, que nos proporciona uma vivência digna, repleta de sonhos e desafios, os verdadeiros estímulos norteadores de nossa existência.

Concluímos com muita tristeza, porém, que, além do total abandono do próprio corpo, muitos ainda o destroem com vícios e uma vida desequilibrada.
É esse “corpo” que deixa registrado em nosso mundo a magnitude e a sensibilidade dos seres humanos.É através da sensibilidaade e precisão das mãos de um cirurgião, que salva-se uma vida; é através de uma caneta e de sua mão que o poeta consegue transmitir e registrar as poesias de sua alma; com um pincel, o pintor consegue transmitir e registrar o universo de cores e figuras de sua mente criativa; é através do instrumento e de suas mãos que o músico transmite e registra o encantamento da magia dos sons; pelo pincel vivo, que é seu próprio corpo, o bailarino consegue transmitir e registrar as mais belas e perfeitas figurações espaciais e expressivas, que constituem a arte da dança; com suas performances corporais, os atletas deixam registrados todos os desafios e quebras de recordes do universo desportivo.

“Descrever o homem movimentando-se é descrever sua inteligência. Descrever a motricidade é descrever um sistema em funcionamento” (FREIRE 2001).
E que sistema!




Costumo dizer em meus cursos e palestras:
“O HOMEM NASCE, PASSA PELA VIDA E MORRE DESCONHECENDO SEU PRÓPRIO CORPO. QUE PENA...”


Meg Mendonça